quinta-feira, setembro 25, 2008

A forma mais linda de escrever as coisas


Mais uma vez delirei com os escritos da Gracinha; o texto, a forma simples, mas linda, de dizer as coisas, o tema 'a nossa Meia Praia', enfim, um 'não sei o quê' que me pôs verdadeiramente bem disposta.

Não deixem de ler!


Está aqui.
Foto: Sueste por June

domingo, setembro 14, 2008

A Casa Amarela


Será uma casa de família? Um hotel? Um clube? _como diz um amigo meu. Um cinema?

Seja o que fôr. É a minha última construção in-world e... acho que não está assim tão má.

sábado, setembro 13, 2008

AS PRAGAS DE ALVOR


Até por volta dos anos 50, os alvoreiros, nomeadamente, as famílias que viviam da faina da pesca, quando zangados com alguém, agrediam-se verbalmente, trocando entre si as célebres “Pragas de Alvor”. Deixo aqui algumas das mais conhecidas:


1. Ah maldeçoade! Que tevesses uma dor de barriga tã grande, tã grande, que te desse pra correr, que cande más corresses más te doesse e que cande parasses arrebentasses.

2. Ah maldeçoade, havias de ter uma doença tã grande, tão grande, ca água do mar transfermada em tinta na desse pa escrever o nome dela.

3. Oh maldeçoade, só queria que tevesses sem um tostão ferade na alzebêra, que visses uma cartêra cheia de notas caída na rua e quando te fosses abaixar pr’á apanhar te caísse a tampa do peito.

4. Oh maldeçoade havia de te crescer um par de cornos tão grandes e tão pequenos, que dois cucos a cantarem, cada um na sua ponta, não se ouvissem um ao outro.

5. Amaldeçoade môce, havia de te dar uma dor tã grande, tã grande, que só te passasse com o sumo de pedra.

6. Havias de ter uma fome tã grande ou tã pequena, que cabessem os alcatruzes todos que tem o mar dentro da tua barriga.

7. Ah moça marafada, havias de apanhar tante sol, tante sol, que t’aderretesses toda e fosse preciso apanhar-te às colheres como a banha.

8. Que te desse uma traçã no beraco desse cu, que tevesses sem cagar oito dias e quando cagasses só cagasses figos de pita inteiros.

9. Ah marafada, havias de fecar tão magra, tão magra, que passasses po beraco duma agulha de braços abertos.

10. Ah maldeçoada, havia de te dar uma dor tã fina, tã fina, que ficasses enrolada que nem um carro de linhas.

11. Havia de lhe dar uma febre tã grande, e tão pequena, que lhe derretesse a fevela do cinte e os betons da farda.

12. Permita Dês que toda a comida que hoje quemeres, amanhã a vás cagar ao cemitério já de olhos fechados.

13. Oh maldeçoado moce, havias de ter uma dor tã grande, tã grande, que te desse p’andar. Mas que andasses tante, tante, que gastasses as pernas até aos joelhes.

sábado, agosto 30, 2008

O senhor Zé do minimercado

O senhor Zé, é o simpático dono do minimercado Familiar (familiar mesmo), sítio onde me abasteço diariamente, evitando as grandes superfícies (que nunca me agradaram), onde os produtos são frescos e “nossos” na sua grande maioria.
À parte o meu fornecedor de mercearias ser uma pessoa simpática e sempre com uma palavra agradável para os seus clientes, é, como as fotos mostram, um exímio pescador. Por isso não quis deixar de postar duas fotos suas com os troféus da pesca: um pargo com 15 quilos e um safio com 38.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Carta do pescador de Olhão à namorada



"O falar algarvio", que foge loucamente do português padrão, é um dialecto que ouço desde criança, que sempre me faz sorrir e rir a bom rir quando alguém me canta (conta), falando algarvio, uma das famosas "Pragas de Alvor". Pretendendo fazer uma recolha e publicar o máximo que conseguir das ditas "pragas", começo, no entanto, com a "Carta do pescador de Olhão à namorada".



Maluda - Olhão


Farcizeca,
À díase, do mar dâse Berlêngase, a sete bráçase e mêa d' água, embararem-se-m' âze grósêrase, cande vê de lá o mariola do tê pai e me dezeu assim :
- Ó hôm!!! Tu ése um montanhêre, hôm! Tu fázez um grande salcrafice em virese ó mar !!!... - Má o que é que você me dize, hôm?! - Digue-te iste e nã casase ca 'nha filha ! Alha-me-ze Farcizeca ! Ê cá ântese cria cu tê pai me dèsse doi ó trê estragaços da cara, q'êl me dessesse aquil que tá ali à vizete de gente!
Viémese pá terra e a companha do barque nã falava doutra coisa.
Nísete, vê de lá o mane Zé Xaveca e me dezeu assim: -Mó, ó móce! Na te zánguese, ná t' arráleze, móce! Taze-te arralar? - Atão nã m´ êde arralar?
- Nã te ralese rapá, se nã casáreze c'a filha dele casaze cá c'a minha hôm!
É p'a que vêisase, Farcizeca, quê cá inda tenhe pretendêntase.
Tu pensase cú tê pai é o Prencêse D.Carlos? A tua mãi a Rainha D. Imélia e os tês ermãos os Enlefantesinhos ?
Alhamese ! ele é mai brute cá mãi dos penhêrese do mane João Luice.
Dêxa lá cuma viage quê face ó mar de Larache , ganhe o denhêre às braçadase. Compre um chapé de côque, uma vengala, botas de rengedêra com tapadôiraze, passe a barlavante da tu porta e arraste os peses cóm' um gal. Tu vêse-me e falase-me, mai ê cá veje-te e nã te fale.
Mai, sê cá sentir alguma coisa do mê côrpe, ai 'nha mãe!!! Digue logue que forem vocêiaze que me fizerem mal! Qu'ê cá nã quér que vócêiaze andem a falar mal de mim p'êssese tânquese e rebêrese!
Ê bem sê que tu tenz' uma linda máineca de quez'tura, mai ê cá na sei s'èze tan prefêta de mãoze come dizeze.
Na m'arrale! Cá só quer que tu t'allêmbreze dos mês doze brenhoisinhes (ponha lá iste da carta, mano Manel, qu'ela já m'entende).
Digue tiste e nã memporta com o pôrque do tê pai.

Perdoi a arção.

Embróise

quinta-feira, agosto 21, 2008

Coração triste

Venham choques eléctricos, desfibrilhações,
ventos ciclónicos,
turbilhões,
a mais bela paisagem,
a mais bela canção,
o melhor sorriso,
a mais meiga mão,
venha o pôr do Sol,
a mais bela lua,
o cantar do melro,
a banda de rua,
nada o faz bater,
nada o faz andar,
se ele vai parar
a cada lágrima tua.

June
Foto June

The Story

quarta-feira, agosto 06, 2008

I don't want to miss a thing



I could stay awake just to hear you breathing
Watch you smile while you are sleeping
While youre far away dreaming
I could spend my life in this sweet surrender
I could stay lost in this moment forever
Every moment spent with you is a moment I treasure

Dont want to close my eyes
I dont want to fall asleep
Cause Id miss you baby
And I dont want to miss a thing
Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
Id still miss you baby
And I dont want to miss a thing

Lying close to you feeling your heart beating
And Im wondering what youre dreaming
Wondering if its me youre seeing
Then I kiss your eyes
And thank God were together
I just want to stay with you in this moment forever
Forever and ever

Dont want to close my eyes
I dont want to fall asleep
Cause Id miss you baby
And I dont want to miss a thing
Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
Id still miss you baby
And I dont want to miss a thing

I dont want to miss one smile
I dont want to miss one kiss
I just want to be with you
Right here with you, just like this
I just want to hold you close
Feel your heart so close to mine
And just stay here in this moment
For all the rest of time

Dont want to close my eyes
I dont want to fall asleep
Cause Id miss you baby
And I dont want to miss a thing
Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
Id still miss you baby
And I dont want to miss a thing

Dont want to close my eyes
I dont want to fall asleep
I dont want to miss a thing

domingo, julho 27, 2008

Noites da Moura Encantada


Hoje fui a Cacela Velha, no outro lado do Algarve, antigo Gharb al-Andalus, reviver o ambiente árabe em mais uma das Noites da Moura Encantada.


No mercado de rua (souk), tendas com tudo o que se possa imaginar: artesãos, malabaristas, cuspidores de fogo, fakires, encantadores de serpentes, música e teatro árabe, dança do ventre, camelos para nos levar a passear, e teatro de rua.


A gastronomia, com os sabores e os aromas tradicionais, mostrava-se em pequenas tendinhas expostas pelas ruelas da aldeia.

Ouvia-se música árabe, ouvia-se falar árabe, cantava-se em árabe.

Acho que hoje estive num daqueles lugares das mil e uma noites.

Foi uma noite encantada.

segunda-feira, julho 21, 2008

O Sítio do Fumador


Ora até que enfim um site que me vai ajudar a escolher restaurantes, hotéis, cafetarias e outros sítios por este Portugal, em que não me apontam o dedo e em que não sou tratada como uma criminosa. Graças ao JPG do Apdeites.

Grande lembrança migo!!

sábado, julho 19, 2008

É sempre sem querer



Quem for meu amigo, que me ofereça flores.

Plantas, jamais! Só se para o jardim.

Sem querer, acabei por matar a última que me ofereceram. À sede, penso eu.

Lá se fora as orquídeas. Como é que eu vou explicar, mais uma vez, que as deixei morrer?

Sou só eu que sou assim?

sábado, junho 28, 2008

Encontro de amigos

Praia do Porto de Mós. Esta foi descaradamente desviada deste blog
Ontem, a noite começou aqui.



Marina de Lagos
E acabou aqui.


É sempre um prazer put faces on names, como dizem os bifes.
Foi óptimo finalmente conhecê-los na RL!
Digam-me lá se, sem haver nada programado, não foi uma noite bem passada?


sexta-feira, junho 20, 2008

Istambul por um canudo

Foto: Anakin SK
Vejo-me em Istambul, aliás, vejo-me em Constantinopla, no tempo de Bizâncio, cidade das “mil uma noites”. Cidade dos meus sonhos de menina, influência do livro “Histórias Maravilhosas do Oriente”, da Pearl Buck. Cidade dos sultães, dos tapetes voadores, dos príncipes encantados, das princesas, dos cheiros, dos mercados, dos palácios, dos filósofos, dos teólogos, do fim da Idade Média.

Vejo-me a percorrer todas as ruas, recantos e jardins desta cidade; a comprar nos mercados, a provar os sabores do Oriente, a vestir-me de burca, a confundir-me com as gentes locais.

Enfim, seria muito bom.

E agora vou deixar-me de posts estúpidos e vou até à cidade comprar cigarros.

Até…

terça-feira, junho 10, 2008

Se...


Se os prados fossem verdes a cada Primavera

a paisagem seria de cor

esfumavam-se momentos de dor

não havia o amargo da espera




Foto: Nicola Ranaldi