domingo, fevereiro 10, 2008

Não tem que fazer? Reclame!



Reclamar, no Livro de Reclamações, é talvez a coisa mais fácil para quem tem algo a dizer sobre um eventual problema porque, na maior parte dos casos, não tem sequer que aborrecer-se a arranjar argumentos que justifiquem a reclamação, nem a esgrimir pontos de vista com quem dá a cara pela empresa ou instituição. Escreve, e pronto.
Já o tratamento das reclamações que os clientes escrevem no livro, não é pêra doce para quem o faz. E quem o faz na empresa onde trabalho, sou eu própria e uma outra colega. Fazemos um levantamento exaustivo do motivo que levou à reclamação, da pessoa ou pessoas envolvidas, elaboramos um relatório completo sobre a ocorrência e, finalmente, enviamos uma carta ao reclamante, ou dando-lhe razão, se for o caso, ou, não tendo razão, mandam as regras que não os podemos mandar “dar uma volta ao bilhar grande”, nem sequer dizer que é um ignorante de merda, que nem sequer sabe escrever, que a reclamação não tem ponta por onde se lhe pegue, e mais algumas coisas que apetece dizer, a quem nos faz perder horas com reclamações sem qualquer sentido. Depois, é enviar a reclamação, os relatórios, a resposta e o mais que houver para as entidades competentes que, na maior parte dos casos, enviam-nos mais tarde um ofício a informar do arquivamento do processo por não haver motivo para a reclamação.
É cada vez maior o tempo que se perde com respostas a não-reclamações, como estas:

- A instituição não tem um bebedouro de água.
Até parece que agora é obrigatório que qualquer escritório, loja ou repartição, ofereça água gratuitamente aos seus clientes. E porque não nos cafés, nos supermercados e nos restaurantes também?
- A instituição não tem uma sala de espera só para crianças.
Pois! E porque não ter também jogos didácticos, palhaços e um lanchezinho preparado no caso dos meninos terem fome?
- A instituição não tem determinado canal de televisão.
Seria o …? Não me lembro. Não vejo telenovelas.

O Livro de Reclamações é um instrumento importante, que contribui para o eficaz controlo de qualidade de qualquer empresa e instituição mas, havendo já um estudo que demonstra que mais de metade das reclamações no LR são injustificadas e fartinha que estou do trabalhão que me dá a prepotência das pessoas que, por tudo e por nada, usam e abusam desse direito que lhes assiste, proponho:

Que o reclamante só possa utilizar o Livro de Reclamações mediante o pagamento de 50 euros, que lhe será devolvido, com juros, caso tenha razão. Se não a tiver, fica sem eles e para a próxima, não reclama, sem que primeiro se certifique que a sua reclamação é perfeitamente justificável.

O trabalho de cada um tem que ser pago e eu não sou paga para perder tempo com imbecilidades de determinadas pessoas que, pelos vistos, não têm mais com que se entreter.

Vendo a coisa de uma maneira diferente, que também a há, deixo aqui a cópia integral de um post, com muita piada, do meu amigo
Rafeiro Perfumado. Ele não vai importar-se! Vais? Rafeirito?

Are you ladraiting to me?!?


Admiro imenso os profissionais que conseguem estar todo o dia atrás de um balcão, recebendo e atendendo as pessoas com um sorriso. Esta minha admiração multiplica-se uma data de vezes quando desconfio que o dito sorriso não é o resultado duma cirurgia mal feita ou de botox mal aplicado.

Isto certamente vai ser uma revelação chocante para a grande maioria das pessoas, mas pela minha enorme experiência de vida, estou convicto que o sucesso de determinado negócio que tenha uma forte componente de atendimento ao público passa, antes do mais, pela simpatia de quem contacta directamente com os clientes. Agora que acabei de escrever esta frase, até me arrepiei, isto faz mesmo sentido! Será que afinal todas aquelas horas passadas a ouvir um gaijo a falar em cima de um palanque serviram para alguma coisa?!? Náaaa, deve ter sido coincidência...

Continuando, uma vez que chegamos a esta verdade inabalável, como conseguir compreender então aqueles energúmenos que por vezes apanhamos atrás de um balcão? É alguém aproximar-se, e ele começa a olhar ameaçadoramente. Se fazemos menção de abrir a boca, é ouvi-lo a ranger os dentes e a rosnar. Então se apresentamos alguma reclamação, ou fazemos alguma pergunta que não seja do seu agrado, do género “tem o tamanho XL? É que os outros apertam-me”, pode desatar numa tal verborreia de sons que o melhor é encará-lo olhos nos olhos e dizer “Are you ladraiting to me? Are you?”. Experimentem, vale a pena!

Surpreende-me quando entro numa loja e a pessoa que me atende não faz uma coisa básica, que é sorrir. Epá, o ser simpático não quer dizer que se queira ter sexo com a pessoa ali mesmo em cima do balcão (salvo algumas excepções), mas sim que se está ali para atender, com a melhor disposição possível. Serei só eu a ter esta ideia? Por outro lado temos também aquelas melgas que mal entramos numa loja fazem os cantos da boca tocarem nas orelhas e se colam a nós de tal maneira que não conseguimos dar um passo sem sentir o seu bafo no pescoço (vá, soltem essa línguas afiadas). Para mim o vendedor ideal é aquele que quando entro na loja faz saber que está presente, depois vai à sua vidinha e só reaparece se eu precisar de ajuda. Esta espécie é extremamente rara, aliás acho que só uma vez encontrei um assim, e desconfio que era outro cliente.

Temos também os empregados para quem os clientes são uma mera perturbação da sua rotina faladora. Como eu gosto de chegar a um balcão e ver dois funcionários em amena cavaqueira, evacuando totalmente para a minha presença. Se os ouso interromper, sou olhado de lado, como se me quisessem fazer sentir culpado, pelo que já me tem apetecido dizer “desculpe, não queria interromper a vossa conversa sobre o que fizeram no fim de semana, mas é que eu queria comprar isto, sabe, para que lhe possam pagar o ordenado”. Palhaços…

Claro que o reverso da medalha também existe, com os clientes que pensam que são reis e senhores, não só da loja como dos empregados, os quais apenas existem para os servir, arrojando-se aos seus pés. Pois aí vai outra verdade chocante: aquela tanga do cliente ter sempre razão é mentira! Tem razão quando de facto a tem, nas restantes ocasiões é um simples imbecil, com a mania que é superior e que o mundo existe para o satisfazer. Gosto especialmente daqueles que chegam à porta do estabelecimento depois do horário e desatam a bater no vidro para o deixarem entrar, argumentando “vá lá, ainda só passaram 8 minutos da hora de fechar!”. Será que algum deles se apercebe da ironia das suas palavras? Outra aberração é o cliente que entra numa loja a falar ao telemóvel e considera a coisa mais natural do mundo ser atendido enquanto mantém a sua conversinha, os imbecis... Então os que a meio do atendimento resolvem fazer telefonemas, era mandá-los imediatamente porta fora, para poderem falar à vontade, claro. O pontapé na peidola seria um mero factor de aceleração, ou mesmo motivador.

É por esta e por outras que defendo a criação de um livro de reclamações mas sobre os Clientes. Assim, sempre que algum levantasse a voz, fosse mal educado ou outra parvoeira, o empregado pediria de imediato o livro de reclamações do animalejo. O que fazia depois com ele, isso deixo à vossa imaginação...
Até sempre,
Rafeiro Perfumado

PS: este blog tem livro de reclamações. Poderão encontrá-lo no outro canto superior esquerdo (também conhecido por direito), bastando clicar na cruzinha para que o vosso problema seja automaticamente registado e resolvido.
Publicada por Rafeiro Perfumado em
12:02 AM

quinta-feira, janeiro 24, 2008

A luta continua... no SL



Filmado no Second Life, passou no dia 23 na SIC Radical.
Um grande trabalho (muita motivação e muitas horas sem dormir) de amigos portugueses no SL, pela mão do realizador Halden Beaumont (Hugo Almeida).

Ah! E o Tp e o Halden deram esta entrevista para a SIC Radical.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Me and Mrs. Jones

Love it!

Michael Bublé - Me And Mrs. Jones

Me and Mrs Jones, we got a thing going on
We both know that it's wrong
But it's much too strong to let it go now

We meet every day at the same cafe
Six-thirty I know she'll be there
Holding hands, making all kinds of plans
While the jukebox plays our favorite song

Me and Mrs, Mrs Jones, Mrs Jones, Mrs Jones
We got a thing going on
We both know that it's wrong
But it's much too strong to let it go now

We gotta be extra careful
That we don't build our hopes up too high
Cause she's got her own obligations and so do I
Me, me and Mrs, Mrs Jones, Mrs Jones, Mrs Jones

Well, it's time for us to be leaving
And it hurts so much, it hurts so much inside
And now she'll go her way, I'll go mine
But tomorrow we'll meet at the same place, the same
time
Me and Mrs Jones, Mrs Jones, Mrs Jones

sábado, janeiro 19, 2008

Assim? Sim!


Pronto!
Já tenho um novo notebook!

Lindo!

Não crasha a toda a hora!

Estou muito contentinha!

Para quem sabe ao que me refiro:

- Tem uma placa Nvidia! Já vejo o Windlight como deve de ser!
Olarilolé!!!!

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Lei nº. 37/2007, de 14 de Agosto - Não se fuma e pronto!



Hoje, passeando por aí, ri-me a bom rir, com o 100nada e o Apdeites V2.


Ora, uma coisa é bem certa. Só espero que com esta caça ao imposto que não pára de crescer, não tarde nadinha que, com o trabalho que os varredores de rua vão ter a apanhar beatas do chão, os presidentes de câmaras não apliquem mais um imposto para ajudar na despesa.

Lá ficam os fumadores duplamente lixados!
Já chega, não?!!

segunda-feira, janeiro 07, 2008

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Esclarecimento precisa-se






Eu nunca quis falar de política no meu blog, mas tenho lido verdadeiras controvérsias na comunicação social. Fui agora aqui ao lado, ao blog do Dr. Pedro Santana Lopes, e continuo algo confusa com os prós e os contras da entrada para o BCP do actual presidente da CGD. Há questões que gostaria de ver respondidas, até porque sou cliente dos dois bancos e, quanto mais não seja, para elucidar quem, como eu, é um mero cidadão deste país, e não chega a conclusão alguma neste mar de remoinhos que é a política à portuguesa.

Como é possível o Banco de Portugal ou o Banco Central, de há 8 anos a esta parte, nunca ter dado pelas irregularidades existentes no BCP? E o Governo? Tem resposta para isto?
Os Bancos não têm Revisores Oficiais de Contas? Se os têm, quem é o ROC do BCP e o que tem a dizer sobre o assunto?

Por outro lado, tanto quanto sei, não foi o Governo que nomeou Santos Ferreira. Foram os principais accionistas do BCP que decidiram avalizar a sua candidatura.
Logo, como se pode falar de hipotética espionagem industrial? E a mandado de quem?

No que diz respeito a um presidente de um banco passar, de imediato, a presidente de um banco rival. Não são assediados para administradores de grandes empresas conceituados profissionais de empresas concorrentes? Ou o problema reside no facto dessa empresa ser um banco? Mas não é um banco uma empresa? Que nos compra e nos vende dinheiro?

Se por outro lado, se hipoteticamente houver essa tal espionagem industrial de que alguém já falou, não há accionistas com ferramentas legais para detectar e fiscalizar os actos de gestão da nova presidência/administração? No que é que um cidadão cliente de um e de outro banco pode ser lesado?

Há, no entanto, uma questão, colocada pelo Sr. Dr. Pedro Santana Lopes, que eu suponho ter a (muito minha) resposta:

- Como é que o accionista único da Caixa Geral dos Depósitos (o Estado) não se importa com a mudança e até está manifestamente de acordo?

Talvez porque, mesmo só pelos 2% que a CGD tem no BCP, as muitas qualidades pessoais e a grande capacidade profissional de Santos Ferreira, sejam para o accionista o garante de que esses 2% serão devidamente rentabilizados. Um tostão é um tostão e outro bom presidente para a CGD, logo se arranja.

Venham as respostas que eu cá vou, calmamente, esperando.

domingo, dezembro 23, 2007

domingo, dezembro 16, 2007

É Natal



Precisava de alguma inspiração para escrever sobre o Natal, mas nada me ocorre. Estou vazia de ideias, não sei se por ser próprio da época, por ser próprio de mim nesta altura do ano. Invade-me um misto de alegria/tristeza que não sei descrever.
Lembro-me sobretudo dos meus pais, do quanto me fazem falta, do quanto sinto a falta deles. Lembro-me também de todos os outros familiares que já cá não estão.
Invento argumentos para que não me sinta assim; que o Natal é alegria, que é preciso pensar nas prendas, nos detalhes, no peru, nos doces, nos cartões e nas mensagens à família e aos amigos.
Não resulta. Desta vez não tenho vontade.

E com isto já escrevi cem palavras que não dizem nada.


Desculpem a miséria de post!!!
Decididamente, este ano, não estou a gostar do Natal. Nem de mim!


Feliz Natal a todos os que ainda vão passando por aqui.

terça-feira, dezembro 04, 2007

I've been tagged


My SL’s good friend Margarita has tagged me to participate to a “Eight Random facts” meme. I hate this kind of things but she deserves my co-operation.

Here are the rules:

(1) Each player starts with eight random facts/habits about themselves.

(2) People who are tagged need to write a post on their own blog (about their eight things) and post these rules.

(3) At the end of your blog, you need to choose eight people to get tagged and list their names.

(4) Don’t forget to leave them a comment telling them they’re tagged, and to read your blog

Eight Random Facts about me:
As I’ve been already so tagged about my habits, I’m not going to write everything again. If you are so curious,
you can read it here!

And now my Portuguese “victims” (can’t get more than one, most of them are already tagged), my good friend
Ibrahim Bates.

Malaquias


Que dizer?...
Que a história que a Cristina conta é l i n d a ?
Que as ilustrações do meu sobrinho Jorge são o m á x i m o ?
É ler ( o Malaquias) para crer!!!!


Sou um bocadinho vaidosa! Não sou?...

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Estrela da tarde



Foto: Alex Mastuciac


O mais lindo poema de Ary dos Santos



Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas , tardavas eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhamos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria, ou se és tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrela mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daquelas que à noite amando se deram
E entre os braços da noite, de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto

quinta-feira, novembro 29, 2007

A minha pátria é a língua portuguesa

Não chóro por nada que a vida traga ou leve. Há porém paginas de prosa me teem feito chorar. Lembro-me, como do que estou vendo, da noute em que, ainda creança, li pela primeira vez numa selecta, o passo celebre de Vieira sobre o Rei Salomão, “Fabricou Salomão um palacio…”

sábado, novembro 24, 2007

Palavras surdas



Ouvi palavras não ditas

no girar dos astros,

no azul do mar,

no verde dos campos,

no soprar dos ventos,

no vermelho da rosa,

na máquina do tempo,

...e compreendi.


Foto: Anakin Sk