Partindo de uma converseta, daquelas em que se diz: «Olha lá! E se fizessemos...», fui a correr fazer aquilo que achei ser uma óptima ideia e nasceu "Migas", baptizada pela Summer que, tão gentilmente, me deixou estas palavras. /me blushing. Orgulhosa que estou na nossa aldeia medieval de Portucalis, resolvi deixar aqui mais umas pics da obra, construida por mim e pelos amigos e vizinhos de sempre: IB, Tary, Tik, Maggie e se foram mais alguns, peço desculpa por não me lembrar.
O bolo sobre a mesa é um bolo de passas, acabadinho de fazer :-)
O prato é uma réplica fiel da loiça do Cavalinho da nossa fábrica de louça de Sacavém.
Aqui ficam os banhos públicos e a selha para lavagem da roupa
A Camila foi para Berlim e, como diz a Joana, vai-nos deixando acompanhar esta vida Berlinense através dos seus olhos, sempre atentos à alma das coisas, dos sítios, das pessoas.
«Não sei outro nome que designe as cervejarias características de Berlim que não o da cerveja 'Schultheiss'... » (ler mais a q u i)
Mais uma vez delirei com os escritos da Gracinha; o texto, a forma simples, mas linda, de dizer as coisas, o tema 'a nossa Meia Praia', enfim, um 'não sei o quê' que me pôs verdadeiramente bem disposta.
Até por volta dos anos 50, os alvoreiros, nomeadamente, as famílias que viviam da faina da pesca, quando zangados com alguém, agrediam-se verbalmente, trocando entre si as célebres “Pragas de Alvor”. Deixo aqui algumas das mais conhecidas:
1. Ah maldeçoade! Que tevesses uma dor de barriga tã grande, tã grande, que te desse pra correr, que cande más corresses más te doesse e que cande parasses arrebentasses.
2. Ah maldeçoade, havias de ter uma doença tã grande, tão grande, ca água do mar transfermada em tinta na desse pa escrever o nome dela.
3. Oh maldeçoade, só queria que tevesses sem um tostão ferade na alzebêra, que visses uma cartêra cheia de notas caída na rua e quando te fosses abaixar pr’á apanhar te caísse a tampa do peito.
4. Oh maldeçoade havia de te crescer um par de cornos tão grandes e tão pequenos, que dois cucos a cantarem, cada um na sua ponta, não se ouvissem um ao outro.
5. Amaldeçoade môce, havia de te dar uma dor tã grande, tã grande, que só te passasse com o sumo de pedra.
6. Havias de ter uma fome tã grande ou tã pequena, que cabessem os alcatruzes todos que tem o mar dentro da tua barriga.
7. Ah moça marafada, havias de apanhar tante sol, tante sol, que t’aderretesses toda e fosse preciso apanhar-te às colheres como a banha.
8. Que te desse uma traçã no beraco desse cu, que tevesses sem cagar oito dias e quando cagasses só cagasses figos de pita inteiros.
9. Ah marafada, havias de fecar tão magra, tão magra, que passasses po beraco duma agulha de braços abertos.
10. Ah maldeçoada, havia de te dar uma dor tã fina, tã fina, que ficasses enrolada que nem um carro de linhas.
11. Havia de lhe dar uma febre tã grande, e tão pequena, que lhe derretesse a fevela do cinte e os betons da farda.
12. Permita Dês que toda a comida que hoje quemeres, amanhã a vás cagar ao cemitério já de olhos fechados.
13. Oh maldeçoado moce, havias de ter uma dor tã grande, tã grande, que te desse p’andar. Mas que andasses tante, tante, que gastasses as pernas até aos joelhes.
O senhor Zé, é o simpático dono do minimercado Familiar (familiar mesmo), sítio onde me abasteço diariamente, evitando as grandes superfícies (que nunca me agradaram), onde os produtos são frescos e “nossos” na sua grande maioria. À parte o meu fornecedor de mercearias ser uma pessoa simpática e sempre com uma palavra agradável para os seus clientes, é, como as fotos mostram, um exímio pescador. Por isso não quis deixar de postar duas fotos suas com os troféus da pesca: um pargo com 15 quilos e um safio com 38.
"O falar algarvio", que foge loucamente do português padrão, é um dialecto que ouço desde criança, que sempre me faz sorrir e rir a bom rir quando alguém me canta (conta), falando algarvio, uma das famosas "Pragas de Alvor". Pretendendo fazer uma recolha e publicar o máximo que conseguir das ditas "pragas", começo, no entanto, com a "Carta do pescador de Olhão à namorada".
Maluda - Olhão
Farcizeca, À díase, do mar dâse Berlêngase, a sete bráçase e mêa d' água, embararem-se-m' âze grósêrase, cande vê de lá o mariola do tê pai e me dezeu assim : - Ó hôm!!! Tu ése um montanhêre, hôm! Tu fázez um grande salcrafice em virese ó mar !!!... - Má o que é que você me dize, hôm?! - Digue-te iste e nã casase ca 'nha filha ! Alha-me-ze Farcizeca ! Ê cá ântese cria cu tê pai me dèsse doi ó trê estragaços da cara, q'êl me dessesse aquil que tá ali à vizete de gente! Viémese pá terra e a companha do barque nã falava doutra coisa. Nísete, vê de lá o mane Zé Xaveca e me dezeu assim: -Mó, ó móce! Na te zánguese, ná t' arráleze, móce! Taze-te arralar? - Atão nã m´ êde arralar? - Nã te ralese rapá, se nã casáreze c'a filha dele casaze cá c'a minha hôm! É p'a que vêisase, Farcizeca, quê cá inda tenhe pretendêntase. Tu pensase cú tê pai é o Prencêse D.Carlos? A tua mãi a Rainha D. Imélia e os tês ermãos os Enlefantesinhos ? Alhamese ! ele é mai brute cá mãi dos penhêrese do mane João Luice. Dêxa lá cuma viage quê face ó mar de Larache , ganhe o denhêre às braçadase. Compre um chapé de côque, uma vengala, botas de rengedêra com tapadôiraze, passe a barlavante da tu porta e arraste os peses cóm' um gal. Tu vêse-me e falase-me, mai ê cá veje-te e nã te fale. Mai, sê cá sentir alguma coisa do mê côrpe, ai 'nha mãe!!! Digue logue que forem vocêiaze que me fizerem mal! Qu'ê cá nã quér que vócêiaze andem a falar mal de mim p'êssese tânquese e rebêrese! Ê bem sê que tu tenz' uma linda máineca de quez'tura, mai ê cá na sei s'èze tan prefêta de mãoze come dizeze. Na m'arrale! Cá só quer que tu t'allêmbreze dos mês doze brenhoisinhes (ponha lá iste da carta, mano Manel, qu'ela já m'entende). Digue tiste e nã memporta com o pôrque do tê pai.
I could stay awake just to hear you breathing Watch you smile while you are sleeping While youre far away dreaming I could spend my life in this sweet surrender I could stay lost in this moment forever Every moment spent with you is a moment I treasure
Dont want to close my eyes I dont want to fall asleep Cause Id miss you baby And I dont want to miss a thing Cause even when I dream of you The sweetest dream will never do Id still miss you baby And I dont want to miss a thing
Lying close to you feeling your heart beating And Im wondering what youre dreaming Wondering if its me youre seeing Then I kiss your eyes And thank God were together I just want to stay with you in this moment forever Forever and ever
Dont want to close my eyes I dont want to fall asleep Cause Id miss you baby And I dont want to miss a thing Cause even when I dream of you The sweetest dream will never do Id still miss you baby And I dont want to miss a thing
I dont want to miss one smile I dont want to miss one kiss I just want to be with you Right here with you, just like this I just want to hold you close Feel your heart so close to mine And just stay here in this moment For all the rest of time
Dont want to close my eyes I dont want to fall asleep Cause Id miss you baby And I dont want to miss a thing Cause even when I dream of you The sweetest dream will never do Id still miss you baby And I dont want to miss a thing
Dont want to close my eyes I dont want to fall asleep I dont want to miss a thing
Hoje fui a Cacela Velha, no outro lado do Algarve, antigo Gharb al-Andalus, reviver o ambiente árabe em mais uma das Noites da Moura Encantada.
No mercado de rua (souk), tendas com tudo o que se possa imaginar: artesãos, malabaristas, cuspidores de fogo, fakires, encantadores de serpentes, música e teatro árabe, dança do ventre, camelos para nos levar a passear, e teatro de rua.
A gastronomia, com os sabores e os aromas tradicionais, mostrava-se em pequenas tendinhas expostas pelas ruelas da aldeia.
Ouvia-se música árabe, ouvia-se falar árabe, cantava-se em árabe.
Acho que hoje estive num daqueles lugares das mil e uma noites.
Ora até que enfim um site que me vai ajudar a escolher restaurantes, hotéis, cafetarias e outros sítios por este Portugal, em que não me apontam o dedo e em que não sou tratada como uma criminosa. Graças ao JPG do Apdeites.
Vejo-me em Istambul, aliás, vejo-me em Constantinopla, no tempo de Bizâncio, cidade das “mil uma noites”. Cidade dos meus sonhos de menina, influência do livro “Histórias Maravilhosas do Oriente”, da Pearl Buck. Cidade dos sultães, dos tapetes voadores, dos príncipes encantados, das princesas, dos cheiros, dos mercados, dos palácios, dos filósofos, dos teólogos, do fim da Idade Média.
Vejo-me a percorrer todas as ruas, recantos e jardins desta cidade; a comprar nos mercados, a provar os sabores do Oriente, a vestir-me de burca, a confundir-me com as gentes locais.
Enfim, seria muito bom.
E agora vou deixar-me de posts estúpidos e vou até à cidade comprar cigarros.